Erinlé necessitava de dinheiro e seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário. O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a cidade de Ifé. Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô.
O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo o dinheiro que devia e muito Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Odé Erinlé não pôde fazer o sacrifício.
Erinlé, sem saída, estava completamente envergonhado. Foi até o ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu Ofá (arco e flexa) restou apenas uma quartinha d'água.
Erinlé – Inlé encontra Oxum
Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai. Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.
Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai. Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo para o chão.
O jorro d'água tomou um curso mata adentro, íavolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé. Os parentes seguiram o rio, que os guiou até sua casa. No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos.
Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los.
Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.
Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio.
É Oxum, o rio Oxum, que parte de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.
Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranqüilas que correm juntas para a lagoa. Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.
Tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.
Por causa do nome do lugar o caçacor, que Inlé, passou a ser conhecido como Ibualama.
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