A Roda de Xangô o Orixá do fogo - Completa com letra - Audio - Tradução e Explicação:
O Texto a seguir relata a Roda do Orixá Xangô em yoruba (letra), tradução e explicação para cada cantiga do xirê em ketu (candomblé) deste orixá completa, é claro que a sequência pode mudar de Casa para casa de santo, pois como sabemos nossa religião é um culto muito difundido e herança diversas cidades da África, no caso aqui está mais ligado ao culto Nigéria.
O artigo está editado de um livro original “A Fogueira de Xangô….. O Orixá do fogo”. O vídeo com áudio e a letra para aprendizado está dividido em 3 partes, para não ficar um vídeo muito longo e grande.
O artigo está editado de um livro original “A Fogueira de Xangô….. O Orixá do fogo”. O vídeo com áudio e a letra para aprendizado está dividido em 3 partes, para não ficar um vídeo muito longo e grande.
Alguns minutos decorrem entre as imagens fortes do fogo e o início do xiré do Rei de Oió, no barracão.
O ritmo da avamunha convida a todos, os da casa e os convidados a iniciarem a roda de Xangô.
Começa o xirê, louvando Ogum, em seguida, Oxossi, Obaluaiê, Ossaim, até que, repentinamente, ouve-se o som do batá , ritmo próprio de Xangô.
Xangô de batá-de-Xangô começa a ser executada:
Àwa dúpé ó oba dodéA dúpé ó oba dodé
Nós agradecemos a presença do Rei que chegou.
Nós agradecemos a presença do Rei que chegou.
A dupé ni mòn oba e kú alé
A dupé ni mòn oba e kú alé
Ó wá , wá nilè
A dupé ni mòn oba e kú aléNós agradecemos por conhecer o Rei,
boa noite a vossa majestade.
Ele veio, está na terra.
Os primeiros cânticos dirigem-se ao Rei, a Xangô. Sua presença é louvada e a sua saga mítica será contava através do canto e da dança. Não será somente o seu aspecto guerreiro que será homenageado, outros serão lembrados.... O Xangô justiceiro será um deles.
Fé lè fé lè Ele quer poder...ele quer poder ( vir )
Yemonja wé okun Iemanjá banha (lava) com água do mar
Yemonja wé okun Dê-nos licença para vermos através dos
Àgó firè mòn seus olhos e conhecer-mos...
Àgó firè mòn Dê-nos licença...
Ajaká igba ru , igba ru Ajaká traz na cabeça, traz na cabeça ( água do mar )
Ó wá e Então estas de volta.
O canto dedicado à Ajaká fala da água do mar, como também de ver através dos olhos.
Ajaká é cultuado durante as festas de Xangô junto com sua mãe, Iamassê, considerada como uma Iemanjá.
Sàngbá sàngbá Ele executou feitos maravilhosos, feitos maravilhosos.
Didè ó ní Ígbòdo Pairou sobre Igbodo,
Ode ni mó os caçadores
Syìí ní, òní ó sabem disto.
O cântico fala de Ajaká, destronado por seu irmão Xangô, refugiando-se em Igbodo. Ficou nesta cidade por sete anos, período em que reinou sobre Oió seu irmão Xangô.
Òní Dàda , àgò lá rí Senhor Dadá, permita-nos vê-lo !!
Òní Dàda , àgò lá rí Senhor Dadá, permita-nos vê-lo !!
Dàda má sokun mò
Dàda má sokun mò Dadá não chore mais.
Ò feere ó ní feere É franco tolerante,
Ó bgé l`orun ele vive no orun,
Bàbá kíní lonòn da rí é o pai que olha por nós nos caminhos.
Ajaká além deste nome , também era conhecido como Baaiyani e também como Dadá, em razão de seus cabelos anelados. O Ritmo forte e cadenciado do batá louva Dadá ou Ajaká.
Báyànni gìdigìdi , Báyànni olà
Báyànni gidigidi , Báyànni olà Baiani ( Ajaká ) é forte como um animal e muito , muito rico.
Báyànni adé , Báyànni òwò A coroa de Baiani é honrosa e muito rica.
Báyànni adé , Báyànni òwò
A coroa de Baiani, descrita no cântico, da qual é dita ser honrosa e pertencer a um Obá, refere-se a Ajaká, terceiro Rei de Oió. A palavra owó, significa , dinheiro, riqueza, e está relacionada a uma grande quantidade de búzios que ornam esta coroa e que antigamente serviam como moeda.
Referente ao termo: gidigidi,que é um superlativo,isto é, muito; e gìdigìdi, animal grande e forte. Trata-se de um trocadilho comum no iorubá.
Os cânticos continuam sucedendo-se. Discutem normas morais, e também falam de particularidades referentes ao culto dedicado ao Deus do fogo.
Fura ti ´ná, Fura ti ´ná e , Fura ti ´ná, Desconfie do fogo, desconfie do fogo.
Àrá lò si sá jó O raio é a certeza de que ele queimará.
Fura ti ´ná, Fura ti ´ná e , Fura ti ´ná, Desconfie do fogo, desconfie do fogo.
Àrá lò si sá jó O raio é a certeza de que ele queimará.
O cântico chama a atenção para que os descuidados, não tenham a devida cautela e respeito com o fogo.
Este elemento, fundamental na vida do homen, pode lhe proporcionar conforto, mas quando sem controle, pode significar a morte. O raio é a certeza de que ele queimará, pois seu direcionamento é incerto.
Ìbà òrìsà
Ìbà Onílè Abenção dos orixás,
Onílè mo júbà o Abenção do Senhor da terra,
Ìbà òrìsà , Ìbà Onílè Ao Senhor da terra (Onilê)
Onílè mo júbà o minhas saudações.
Orixá Xangô na África (Nigéria).
O cântico saúda Onilê o ´´Senhor da terra ´´, nas cerimônias dedicadas a Xangô, oferendas são destinadas á terra, para que este orixá permita sobre seu templo, ´´A Terra ´´ ser acesa a fogueira de Xangô.
O Audio da Cantiga da Fogueira (roda) de Xangô:
A parte 2/3 da Roda em continuação ao Orixá Xangô:
minhas saudações.
O
cântico saúda Onilê o ´´Senhor
da terra ´´, nas cerimônias dedicadas a Xangô, oferendas são
destinadas á terra, para que este orixá permita sobre seu templo, ´´A
Terra ´´ ser acesa a
fogueira de Xangô.
O canto
a seguir fala que o "rei não se enforcou" , por tanto não morreu, sumiu chão adentro
como convém a um orixá.
Òràn in
a lóòde o Sim, a circunstância o colocou de fora.
Bara enì
já, ènia rò ko O mausoléu real quebrou ( não foi usado )
Oba nù
Ko´so nù rè
lé o O homen não se pendurou.
Bara enì
já, ènia rò ko O rei sumiu, não se enforcou, sumiu no chão e reapareceu.
Ó níìka
wòn bò lórun
kéréjé O mausoléu real quebrou ( não foi usado )
Ó níìka
wòn bò lórun O homen não se pendurou.
Kéréjé àgùtòn Ele é cruel, olhou, retornou para o rum,
Ìtenú pàdé
wá lóna deu um grito enganando ( seus inimigos ).
Í níìka
si relé O carneiro mansamente
procura e encontra o caminho
Ibo si
òràn in a
lóòde o Ele é cruel contra os que humilham.
Bara enì
já, ènia rò ko A consulta ao oráculo foi negativa.
Oní máa,
ni wó èjé O verdadeiro senhor é contra juras ( falsas ) .
Bara enì
já, ènia rò ko Sim, a circunstância o colocou de fora. O homen não se
pendurou.
Oba sérée
la fèhinti Incline-se o rei do xere salvou-se
Oba sérée
la fèhinti Incline-se o rei do xere salvou-se
Oba ni
wá ìyé bè
l´órun Suplique ao rei que existe e vive no orum.
Oba sérée
la fèhinti Incline-se o rei do xere salvou-se
Dizem
que o rei recebeu um cesto contendo ovos de papagaio. Era o sinal determinado
pela tradição de que deveria renunciar á coroa e talvez á vida. Xangô retira-se para o interior seguido
de alguns amigos e de sua esposa Oiá,
que volta para sua cidade de origem, Irá.
O mito diz que entristecido o Rei enforca-se em um pé de Arabá. Seus companheiros vão a Oió
e relatam o fato, quando retornam ao local, encontram um buraco vazio, por onde
ele teria entrado, após uma crise de fúria, tornando-se assim um Orixá.
Em Oió os que admitiam a sua morte ( inimigos )
falavam ´´ Obá so ´´ que significa ´´ o rei enforcou-se ´´
Os seus partidários falam ´´Obá ko so´´
o que significa ´´o rei não se enforcou´´ afirmando o Rei
virou Orixá.
Xangô não morreu, ele existe e vive no Orum,
esta é a crença dos seus fiéis súditos.
Um breve
cântico, sauda a mãe deste poderoso orixá:
Eye kékéré O pequeno pássaro na cabeça, é da esquerda,
Adó Òsi
arálé é parente da mãe do rio , mase.
Ìyá l´´odó
mase
Eye ko
kéré lánú Apanhou com gentileza, o pequeno e sofrido pássaro
Soko ìyágba
l´´odò mase a grande mãe do rio , mase.
Os pássaros são um dos
símbolos mais conhecidos das Iagbás,
além de serem sua representação, são por elas cultuados e protegidos. São criaturas das grandes mães, consideradas
como seus filhos.
O orixá
do fogo é múltiplo, reconhecem seus fiéis, e nesta acepção seus súditos
imploram a Xangô Airá,
para
que as chuvas não sejam destruidoras, que elas apenas limpem e fecundem a
terra.
Aira òjo A chuva de Airá,
Mó péré
sè apenas limpa e faz barulho como um tambor.
A mó
péré sè Ele apenas limpa e faz barulho como um tambor.
A Roda-de-Xangô atinge o seu clímax com
este canto, mais rápido e vibrante.
Começam
a surgir os primeiros sinais da presença dos Orixás. O primeiro a chegar foi Ogum, logo acolhido pelas Ekedis. Em seguida quase que no mesmo momento, apresentou-se Oxum, Iemanjá, Oiá e Obá.
Finalmente
é a vez de Oxaguiã, o deus funfun (
do branco ) da criação e também
guerreiro.
A
casa de Xangô, esta em festa, Obaladô está feliz.. os cânticos continuam...
A níwà
wúre Nós temos a existência e a boa sorte.
A wúre
níwà Nós temos a boa sorte e a existência
A níwà
wúre Nós temos a existência e a boa sorte.
A wúre
níwà Nós temos a boa sorte e a existência
Oba lùgbé
obaladó O rei afugentou ( os maus feitores ) o rei do pilão.
Obaladó rí sò O rei do pilão olha e arremessa ( os raios )
Obaladó O rei do pilão.
O rei sempre protege seus adeptos,
dando-lhes boa sorte. O Obá também faz justiça e persegue os ladrões,
mentirosos, perjuros e jamais esquece os que contra ele blasfemam.
Olówó Abastado Senhor, aquele que definitivamente
Kó mà bò
, mà
bò dá proteção, dá proteção.
Kó mà bò Aquele que definitivamente dá proteção.
Olówó Abastado Senhor, aquele que de finitivamente
Kó mà bò
, mà
bò dá proteção, dá proteção.
Aláààfín òrìsà Senhor do palácio e orixá.
Xangô é considerado muito rico,
grande proprietário das riquezas da
terra, possuidor de tesouros e cidades , palácios, filhos e mulheres.
Omo àsìkó
Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón,
Èkó inón fogo de Ékó ( lagos ), o culto do fogo de Ékó.
Omo àsìkó
Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón,
Lóòde roko fogo de Ékó, ao redor das plantações.
Omo àsìkó
Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón, Èkó inón fogo de Ékó ( lagos ), o culto do fogo de Ékó.
Omo àsìkó
Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón, fogo de Ékó,
Èrù njéjé com medo extremo.
O canto
talvez relembre o início da imigração Yorubá, em direção ao mar, ligados aos
mitos de origem da cidade de Lagos e a divisão das terras entre filhos do
conquistador, que implantaram na região sua cultura e seus deuses,
provavelmente o culto a Xangô ou Jakutá.
....o canto e
a dança do
rei...
Mal
termina o Alujá, um novo surge. Ele pede
licença para percorrer os caminhos e determina que os orixás
estão
chegando. Todos em gala, portando em
suas mãos as insígnias que identificam
sua procedência.
Àgó l´óna
e Licença no caminho.
Dìde máa
dáago Levantem-se, eles estão chegando na hora
Àgo àgo
l´óna prevista ( de costume )
E dìde máa yo Levantem-se com alegria habitual
Kórò wà
nise o Que o ritual teve trabalho.
À
frente do cortejo estava Ogum, a
quem cabe a primazia, logo após Exú,
de ser o primeiro louvado.
Logo
após. Xangô – Airá, todo de branco,
exibia dois oxés prateados e uma
coroa também de prata que reluzia, dando
majestade ao patrono da casa. Logo a seguir deste mais três Xangôs, todos portando seus oxés porém desta vez de cobre, seguidos
de Oyá , Oxum, Obá e fechando o
cortejo Oxaguiã.
Começa,
então os louvores ao orixá do fogo....ao ouvirem os atabaques, os quatro Xangôs levantan-se precedidos pelo mais
velho, ou seja, Xangô Airá.
Oba ní
sà rè lóòkè odó Ele é o rei que pode despedaçá-lo sobre o pilão;
Ó bé
rí omon Aquele que cumprimenta como um guerreiro os filhos,
Oba ní
sà rè lóòkè odó Ele é o Rei que pode despedaçá-lo sobre o pilão.
Oba kòso
ayò O Rei de kosó com alegria.
Neste
cântico Xangô é chamado de rei de Kosó, cidade próxima de Oyó e que teria sido sua primeira
investida em sua tragetória guerreira e política daqueles tempos. Uma a uma vão sendo ´´ contadas as histórias´´
de Xangô, Elas falão dos lugares
sagrados percorridos, de suas esposas, seus filhos, seus feitos e poderes.
Máà inón
inón
Máà
inón wa inón inón Não mande fogo, não mande fogo sobre nós,
Oba Kòso vos pedimos em vosso templo, não mande fogo;
Olóko so
aráaye o lavrador pede pela humanidade,
Máà inón
inón não mande fogo,
Oba Kòso
aráaye rei de Kosó que
governa a humanidade
Máà inón
inón não mande fogo,
Oba Kòso
aráaye rei de Kosó que
governa a humanidade
A
relação de Xangô com o fogo, domínio
este conseguido através das forças mágicas, é definitivo em termos de
conquistas por ele empreendidas.
Aláàkòso e
mo júbà O Senhor de Kosó, a vós meus respeitos,
Á ló
si oba ènyin nós iremos a vós,
Oba tan
jé ló síbè
rei a quem iremos
Ló si oba ènyin contar tudo.
A sìn e
doba àra Nós vos
cultuamos,rei dos raios,que
Àra yìí
ló síbè ènyin estes
raios vão para (lá)longe de nós.
A sìn e
doba àra Nós vos
cultuamos,rei dos raios,que
Àra yìí
ló síbè ènyin estes
raios vão para (lá)longe de nós.
Neste momento, ao ouvir o
cântico, o Xangô de branco, o dono da festa, dirige-se até a frente da
orquestra ritual e, curva-se frente aos tambores e seus ogãs e emite seu brado
em sinal de aceitação á cantiga em que esta contida a sua louvação.
Aira ó
lê lê, a ire
ó lê lê Airá
está feliz, ele está sobre a casa.
A
ire ó
lê lê, a ire
ó lê lê Estamos
felizes, ele está sobre a casa.
Aira ó,
ore gédé pa, Airá nos
presenteie afastando os que podem nos matar
Ore gédé (
àwa) nos
presenteie afastando os que podem nos matar
Aira ó,
ore gédé pa, Airá nos
presenteie afastando os que podem nos matar
Ore gédé nos
presenteie afastando os que podem nos matar
Aira ó, Adjaosi
pa... Adjaosi Airá Adjaosi (tipo de Airá) pode matar, (nos presenteie)
Aira ó, ebora
pa... Ebora Airá,
Ebora pode matar, ( nos presenteie )
O primeiro cântico faz
referencia a Airá muito velho e seu enredo com Oxalufã, relação esta ligada ao
mito e cerimonial denominado “ Águas de
Oxalá” em que se comemora a criação do mundo e colheita dos inhames.
A seguir o cântico fala
de Airá Adjaosi como ebora parte
integrante dos Doze Xangôs cultuados na Bahia, juntamente com Airá Intile e
Airá Igbonan.
A partir deste canto,
começa a se instaurar o domínio do Alujá. Os
orixás dançam com gestos mais largos e vigorosos.O canto enumera as incursões
guerreiras dos diferentes Alafins de Oió
aumentando seu poder através das guerras. Baiani ( Baàyònní ) um dos títulos de Ajaká junto com Iamassê, são
cultuados na festa.
Gbáà
yìí l’àse onílá
lòkè, baàyònnì Ele
possui um axé enorme
Gbáà
yìí l’àse senhor
da riqueza.
Gbáà
yìí l’àse onílá
lòkè, baàyònnì Que
governa acima das coroas.
Gbáà yìí l’àse
Sàngó e
pa bi àrá
aáyé aáyé Xangô mata com o raio
sobre a terra.
Sàngó e
pa bi àrá
aáyé aáyé Xangô mata
arremessando raios sobre a terra.
Fírí ínón
fírí ínón Ele
lança rapidamente o fogo, lança rapidamente o fogo
Fírí ínón
bàiyìnjó rapidamente
o fogo o fogo às vezes fraco(poucas luz)
Máà ínón, máà
ínón Não nos
mande fogo, não nos mande fogo
Fírí ínón
bàiyìnjó Ele
lança o fogo às vezes fraco.
Quando um raio atingia
alguma casa, podia ser um sinal de que a justiça de Xangô estava sendo aplicada
cabia ao dono da casa provar sua inocência. O fogo sempre presente nos mitos
adquire significado especial quando relacionado a Xangô, o fogo originado dos
fenômenos naturais, como raios, meteoritos e vulcões.
Barú de
sobo ada Barú faz
emboscada em Sobô de facão.
se ké
èré, se ké èré Faz
gritar e é vitorioso.
de sobo
ada
Xangô Barú era
muito destemido, o cântico alude às guerras empreendidas ás diferentes
cidades-estado e esta referece a Sobo uma
cidade localizada no reino do Benin.
Os mitos apontam Ajaká como terceiro rei
ou oba da cidade de Oió. Foi destronado por Xangô,seu
meio irmão,por parte de pai,Oranian. Ajaká é
também conhecido como Baayani ou Dadá, segundo P.Verger.
Àjàká máa
bè ká wòóo Ajaká
não implora nem mesmo ao poderoso Xangô.
Àjàká máa
bè ká wòóo Ajaká
não implora nem mesmo ao poderoso Xangô.
A e bàbá àjàká máa bè ká wòóo Nosso pai Ajaká
Àjàká máa
bè ká wòóo não
implora nem mesmo ao poderoso Xangô.
Àjàká máa
bè ká wòóo
O Audio 2/3 da Roda do Orixá Xangô:
Àjàká òké Òrìsá O
orixá do monte Ájàká.
Àjàká òké
Òrìsá O
orixá do monte Ájàká.
Ò be
ri ó, ní Dàda
sókun, Ele
existe, eu vi, e é Dada quem chora
Àwa ri
ó ó ní
Dada sókun. Ele
existe, eu vi, e é Dada quem chora
Ajaká mesmo
destronado não implora clemência, mas após 7 anos ele retorna a ser o Oba da
cidade de Oió em virtude de Xangô ter sido forçado à abdicar. O Canto a seguir
faz referencia a fundação da cidade de Oió
por Oranian no topo de um monte chamado Àjàká e assim o meio irmão de Xangô tomou este nome para
si.
Àjàká também conhecido por Dadá, durante seu primeiro reinado impunha pesados
impostos a seus súditos a fim de financiar as guerras empreendidas, e quando os
recursos demoravam a chegar punha-se a chorar, e dançava alegre quando estes
chegavam em boa hora.
Aé aé ó
gbè lê
mònsó ojú omon Aê
aê ele reconhece pelo olhar seus
filhos.
Aé aé ó
gbè lê
mònsó ojú omon Aê aê ele
reconhece pelo olhar seus filhos.
Oba olórí
légé ó ni
yé oba olórí Chefe
dos Reis, fino e agradável
Ilú Àfonjá dé ó,
aé aé
bé, ri ó Chefe da terra, ele é
Àfonjá que chega aê aê
aé aé bé,
ri ó aé
aé bé, ri ó Ele
existe, eu o vi, aê aê ele existe, eu o
vi,
Ò bé, ri
ó ( ikú kójáàdé-ó kótà èrú) eu o
vi,(ele levou a morte para fora-ele vende os medrosos)
Áfonjá foi um general,
isto é, Kakanfô, do Alafin Aolé.
Empreendeu inúmeras batalhas, sendo considerado um grande comandante militar. O
cântico fala do “chefe da terra”, comandante que reconhece os seus pelo olhar.
Agonjú Órìsá
awo Ògbóni Aganjú
orixá do culto Ògbóni
Agonjú Órìsá
awo Ògbóni Aganjú
orixá do culto Ògbóni
Àwúre,
Sàngò àwúre Nos
dê boa sorte, Xangô, nos dê Boa sorte.
Ògbóni, Ògbóni,
Ògbóni Ògbóni,
Ògbóni, Ògbóni
Àwúre, Sàngò àwúre Nos
dê boa sorte, Xangô, nos dê Boa sorte.
Aganjú um
dos alafin Oió, filho de Ajaká, e
seu nome consta das genealogias levantadas pelo Instituto Francês da África
Negra e por diversos historiadores
dedicados à historia Yorubá.
Ògbóni é
um das sociedades secretas extremamente poderosa em território Yorubá, e uma
das mais antiga.
É uma sociedade que
presta homenagens a “ONILÉ”, o “ dono da terra” e
zela pela ordem dos velhos costumes.
...e a festa
continua no Ilé de Obaladô
Káwòóo, Káwòóo
Sàngò Dàhòmì Vossa Alteza Real,
Káwòóo Ka biyè
si e Sua
Real Majestade !!
Sàngò Dàhòmì Poderoso
Xangô! Proteja-nos das guerras do Dàhòmi.
As guerras pontuaram a trajetória de Xangô o canto refere-se às
disputas travadas entre os de Oió e
os Dahomeanos, na
disputa pelo imenso território pertencente ao reino de Oió.
Oba sérée
òwa fé yìí
sìn É para o rei que
tocamos o xere, e é a este rei que queremos cultuar
Oba sérée
òwa fé yìí
sìn É para o rei que
tocamos o xere, e é a este rei que queremos cultuar
Oba àwa
òjòó oro ní oba Nosso rei da
tempestade,ele é o rei
Oba sérée
oba fé yìí
sìn É
para o rei que tocamos o xere, e é a este rei que queremos cultuar
Os Xeres, instrumentos musicais que, segundo as
comunidades-terreiros e alguns autores reproduzem o barulho das chuvas quando
tocados juntos, soariam como o das tempestades.Instrumento sagrado utilizado
para invocar Xangô o senhor dos trovões e das tempestades.
Kíní ba, kíní
ba, àrá won pè Poderoso
Senhor que racha o pilão e oculta-se
Kíní ba, o
sérée alado àwúre. Que
impõe os raios e os chama de volta, abençoe-nos.
Obaladô é um
dos títulos de Xangô significando “o rei
que racha o pilão”
Àwúre lê, Àwúre lé kólé Abençoe-nos e traga boa
sorte à nossa casa, que ela não seja roubada.
Àwúre lê, Àwúre lé kólé Abençoe-nos e traga boa
sorte à nossa casa, que ela não seja roubada.
Àwa bo
nyin maá ri
àwa jalè Nós que o cultuamos,jamais veremos nossa casa
roubada.
Àwúre lê, Àwúre lé kólé Abençoe-nos e traga boa
sorte à nossa casa, e que não venham ladrões.
Trata-se de uma louvação
ao orixá justiceiro que protege a comunidade contra os mal feitores.
Verger(1999), ao
descrever os rituais na África, destaca as bolsas de couro que adornam os eleguns de Xangô.
Delas é dito que contêm
as edun ara, as pedras de raio,
símbolo deste orixá.
Verger(1999:307) fala de
inúmeros templos dedicados a Xangô distribuídos entre as diversas cidades
iorubas
edificados em sua homenagem.
É disto que fala os próximos dois cânticos.
Ó fì
làbà, làbà.... Ò fì
làbà Ele
usa bolsa de couro...
Ó fì
làbà, làbà.... Ò fì làbà Ele usa bolsa de couro.
Ó jìgòn àwa lé
npé ó jìgòn nlá Ele
é imenso, o maior de nossa casa, ele é gigantesco
Jìgòn àwa lé npé
ó jìgòn nlá Em
nossa casa o chamamos de o maior entre os gigantes.
O cântico que se segue faz alusão a Tapa, território dos Nupes, situado a
noroeste da cidades de Oió.
E kí
Yemonjá ago, Tapa Tapa Cumprimentemos
Iemanjá pedindo licença a nação Tapa.
E kí
Yemonjá ago, Tapa Tapa Cumprimentemos
Iemanjá pedindo licença a nação Tapa.
Xangô é considerado
sempre como muito rico e poderoso, sendo destacado em seus mitos a vaidade como
um dos elementos que compõe a sua principal característica. A tradição oral dos
terreiros sempre destaca a riqueza do Obá e os tesouros por ele acumulados.
E assim falam as próximas
cantigas.
Oba sà
rewà ele mi jéé jéé Rei
que ama o belo, senhor que me conduz serenamente
Kù tù kù tù
awo dé rè sé antes
do culto chega com o seu oxê
Oba sà rewà O
rei que ama o belo
Sòngó tó
rí olá È
imensa, é imensa a riqueza que eu vi
Tó e
tó rí olá tó Xangô,
é imensa a riqueza que eu vi
Sòngó tó rí olá
Tó e
tó rí olá to
....a corte
real celebra
Os comentários sobre
Xangô, suas roupas e danças cessam quando se ouvem os sons dos atabaques.
O canto saúda Ogum,
também ligado ao fogo.
Da assistência eclodem
saudações ao “Senhor dos caminhos” Ogum lê, é o momentos de louvar o grande
ferreiro, aquele que produz as ferramentas dos orixás. Ogum de mãos ás costas,
caminha para iniciar seu bailado rápido e guerreiro, exibindo sua espada, e vês
por outra empreendendo uma luta contra inimigos invisíveis, porém conhecidos de
todos.
Ké kìkì alákòró Grite
somente alakorô
Ké kìkì alákòró O
chefe dos mundo gosta de cumprimentar,
Olùàiyé ki fé
Ògún senhor
de Irê e do Akorô, chefe do mundo
Àkòró Oniré que
acendeu a fogueira, chefe do mundo
Olùàiyé ìtònnón que
acendeu a fogueira.
Ogum, senhor de Irê , cidade Nigeriana onde ele é
cultuado, com o título de Onirê, o grande ferreiro.
Kàtà-Kàtà ó gbín méje Em
distâncias iguais ele plantou 7 sementes.
Ó gbín méjé ònòn
gbogbo Ele
plantou 7 sementes em todos os caminhos.
A luta, as guerras são
aspectos associados a Ogum, na África porém, além de guerreiro, ele é o grande
protetor de todos aqueles que vivem da agricultura.
No Brasil como no
continente Africano ele é patrono de todos aqueles que trabalham com o ferro
assim como na proteção dos Ilês é colocado nos portais o Mariô, folhas novas
de palmeiras que são desfiadas para
poder afastar os espíritos dos mortos e das influências negativas do mundo
profano, e é disto que fala o cântico .
Ògún ni aláàgbède Ogum
é o senhor da forja(ferreiro) e caçador
Mòrìwò ode que
se veste de folhas novas de palmeiras.
Ode mòrìwò
Um novo canto saúda agora
Iemanjá, e é Ogum, seu filho mítico que, dirigindo-se até o local onde sua mãe
estava placidamente sentada, a saúda. Ele levanta-a com carinho e se despede de
todos, retirando-se.
E kà máà ro
ni ngbà òrìsá rè Que
nos jamais sejamos magoados por você
Lodò e Orixá
do rio
E kà máà ro ni
ru ngbà
òrìsá rè que
você carregue( a magoa ) em seu rio
Lodò e Orixá.
Na qualidade de progenitora dos seres humanos,
possui o título de Iá Orí, isto é, “
mãe de todas as cabeças”e é, com este título, que é saudada nas principais
cerimônias do Candomblé.
E ìyá kékeré a kí ri dò ó kí Mãezinha Senhora do rio (da existência) é a mãezinha
Olùwa odò , e ìyá kékeré aquela que é a senhora do rio.
Àwa je omon àwa je omon Nós somos seus filhos, ela é a mãezinha.
Yemonjá sàgbàwí, sàgbàwí
rere
Yemonjá sàgbàwí, sàgbàwí
rere Iemanjá intercedeu a nosso favor
Ò Sàgbàwí rere Yemonjá intercedeu para nosso bem Iemanjá
sàgbàwí rere intercedeu para nosso bem.
Os cânticos a Iemanjá
ressaltam sempre a sua relação maternal, a imagem da grande mãe protetora é o
que se no seu culto. Na áfrica o
local preferido para colocar suas oferendas é no rio Iemanjá.
Sua louvação é sempre
entoada com entusiasmo, Odô ia,
além do seu lado maternal, também tem seu lado guerreiro, portando por
vezes uma espada, para defender aqueles que necessitam de sua proteção.
Terminado o bailado de
Iemanjá, começa o ritmo forte, rápido e vibrante de Oiá/Iansã, a esposa guerrreira de Xangô. Oyá a senhora
dos raios, das tempestades, mãe de todos os ancestrais-egunguns.
O frenesi toma conta do
barracão ao ritmo rápido e alucinante dos atabaques. Deslumbrante ela chega,
belamente vestida, na sua mão esquerda traz o erú-kerê ou eruexím feito de crina de cavalo,
na mão direita uma pequena espada lembrando uma cimitarra.
Oyá kooro nilé
ó geere-geere Oiá
ressoou na casa incandescente e brilhante.
Oyá kooro nlá ó
gè àrá gè àrá Oiá
ressoou com grande barulho, ela corta com o raio.
Obìrim sapa kooro nílé geere-geere Ela corta com o raio, é
divindade arrasadoura que ressoou na casa.
Oyá Kíì
mò rè ló Saudamos a Oiá para
conhece-la melhor.
Odò hò
yà-yà-yà Redemoinho
dos rios.
Dá ni a padá
lóodò Quem
pode cessa-lo para podermos voltar pelo rio Oyá
Oyá ó odò
hò yà-yà-yà O redemoinho do
rio, quem pode cessar é Oiá.
No primeiro cântico nos
mitos relativos ao fogo ela sempre está presente,ora como emissária e portadora
deste poder, dividindo com seu real esposo Xangô, o medo e a admiração por ele
infundido.
No próximo,Oiá está
relacionada como as outras Iabás às águas. O rio Oía, na Nigéria é a ela
dedicado, suas águas turbulentas forma em alguns trechos redemoinhos.Aplacar a
ira de Oiá é garantir uma boa travessia.
Após vários cânticos e
danças cessam os atabaques, Oiá está dirigindo-s à orquestra ritual, abraça
todos os músicos e se despede dos
presentes.
Ecoa no barracão o ritmo
forte e cadenciado do ijexa , se faz presente agora
a, “senhora da beleza e das riquezas” Oxum. Todos se levantam para admirá-la,e , em
passos miúdos e graciosos, começa a evoluir em uma dança que empolga a todos os
presentes.
Começa assim a evoluir
uma dança graciosa ao som dos Ilús......
A ri ide gbé o
!!! Aquela
que consegue fazer soar as pulseiras como uma canção.
Omi ro a!! wàrá-wàrá omi ro Soam como o barulho das
águas rápidas.
O fi’de se’mo
l’Òyó Ela
balança as pulseiras em Oyó.
Omi ro a!! wàrá-wàrá omi ro Soam como o barulho das
águas rápidas.
O fi’de se’mo
l’owo Ela
balança as pulseiras com respeiro.
Omi ro a!! wàrá-wàrá omi ro Soam como o barulho das
águas rápidas.
O fi’de se’mo
l’òrun Ela
balança as pulseiras no Orun.
Oxum, orixá vaidosa e
feminina, suas pulseiras lembram o murmúrio das águas dos rios,quando ela vai
banhar-se faceira, exibindo sua riqueza e encanto. A palavra
Wàrá-wàrá,
além de significar rapidamente, tem o sentido de uma onomatopéia, que lembra o
ruído das águas,como das pulseiras de Oxum no cântico.
11
Òsun e lóolá
imolè lóomi Oxum,senhora
que é tratada com todas as honras.
Òsun e lòolá Senhora
dos espíritos das águas
Ayaba imolè
lòomi Oxum,
senhora que é tratada com todas as honras.
Yèyé yé olóomi
ó, yèyé yé, Mãe
compreensiva, dona das águas
Olóomi ó...
Ayaba balè
Òsun A
grande mãe Oxum toca (reverencia) o chão ( a terra ).
Ayaba
balè Òsun
Ìyá dò sìn máa
gbè ìyá wa oro A
mãe do rio a quem cultuamos nos protegerá.
Ìyá dò sìn máa
gbè ìyá wa oro Mãe
que nos guiará nas tradições e costumes.
Os
cânticos reverenciam a Senhora dos espíritos das águas e dos rios.
Foi na beira de um riacho que o Rei Larô, o primeiro Ataojá, título
dos Obás da região de Ijexá, na Nigéria, fez um pacto com este Orixá. Sob a
forma de peixe, ela dirige-se ao rei, que faz construir, neste local mítico, o
templo de Oxum, em Osogbo, onde ainda se cultua o orixá Oxum.
Os iyêiyê, aves míticas
ligadas aos ancestrais femininos, são lembrados também nos cânticos e de forma
especial nas louvações dedicadas a Oxum – ora Iyêiyê ô – saudando uma das mais
prestigiosas e muitas vezes temida, mãe ancestral. Dela também se diz ser a
grande feiticeira.
E mais um cântico ecoa.....
Igbá ìyawó igbá
si Òsun ó réwà Ibá
iawó(cabaça contendo tecidos,roupas.alimentos e
pertences da noiva) é para Oxum no dia do seu casamento.
pertences da noiva) é para Oxum no dia do seu casamento.
Igbá ìyawó igbá
si Òsun ó réwà
Àwá sin e ki
igbá réwà réwà Nós cultuamos a formosa
noiva que recebeu linda cabaça de casamento. presente de casamento.Oxum estava linda no dia
do seu
Igbá ìyawó igbá
si Òsun ó réwà
O Ibá Iaô, a cabaça da noiva, pode também
aludir a um outro tipo de aliança ou de compromisso. Como as noivas de
hoje e de antigamente, os Iaôs, quando
de sua iniciação preparam seu enxoval , recebendo também presentes dos mais
próximos de sua futura família mítica, para que este possa brilhar no dia da
cerimônia do enlace ou da sua iniciação.
Lentamente a senhora dos
rios, despede-se dos convidados, e outros acordes são executados para saudar Obá,
As Ekejis certificam-se
de que Oxum não esteja mais presente na sala.
Os convivas de Obaladô estão radiantes,seguindo
a cadencia dos ilús, uma batida mais forte do run, vem ela Oba a Yabá guerreira, a
grande caçadora das florestas. Ao compaço do som suavemente retira a adaga
presa o ao busto, colocando em seu lugar o ofá. Elegantemente com a adaga em
punho avança graciosamente e começa seu bailado cadenciado ao cântico de.....
Obá e’léékò
àjà òsì Obá
da sociedade Elekó,guardiã da esquerda.
Àjàgbà e’léékó
àjà òsì Anciã,guardiã
da esquerda na sociedade Elekó.
Orò awo mò gbo
Oba O
ritual do mistério é entendido e ouvido por Obá.
Àjàgbà e’lééko
àjà òsì Anciã,guardiã
da esquerda na sociedade Elekó.
O Cântico fala da
sociedade Elekó, informando que Obá é sua suprema guardiã. Pouco se sabe desta
sociedade secreta de mulheres no Brasil, “se bem que seu título principal de
Ìyà-Egbé é o que ostenta a chefe da comunidade nos ‘terreiros’Lésé Egún. Por outro lado, Oba
representação coletivas dos ancestres femininos,venerados nesta sociedade,é
cultuada nos ‘terreiros’ Lese Òrìsà.
Terminado este primeiro
cântico, relembrando o papel de guardiã dos segredos da sociedade Elekó, Obá
retoma o seu Ofá guardado no atacã e, com um gesto incisivo, solicita o escudo,
que ela confiara a um dos presentes.
Um novo ritmo laudatório
se aproxima saudando a guerreira das florestas, através de passos rápidos, numa
caçada, onde numa das mãos, exibe o arco e flecha, mostrando destreza daquela
que se rivaliza, no ofício, com o maior dos caçadores, Oxossi.
12
Ìtí wéré Do
trono de madeira rapidamente ela constrói
Ofà e
rè wé seu
arco e flechas que saem serpenteando.
Pó` pò pò Soando
como um tambor abafado, o Ofá
Fà de wá, ni chegou
até nós.
Pò pò pò Soando
como um tambor abafado,
Ele nú o !! A
proprietária o perdeu.
Ìya ele nú o (Quando)
A mãe está enfraquecida.
Obà e’léékò
délé Obá
da sociedade Elekô, volta para casa,
Obà Sábà o faz
adivinhação, prepara uma armadilha e
Obà ó dìbò ké ré volta
a sair.
E bárin è pò E
vai em direção ( à casa )
Ó dìbò ké ré Faz
adivinhação, prepara armadilha e volta a sair.
Obá é rápida como a sua
flecha. Dela é dito ser uma caçadora ta eficiente, e talvez melhor, que a
maioria dos caçadores. Foi por isso que teve o respeito de Oxossi, o grande caçador.
Dizem que foi ele quem ensinou a ela esta arte, e ela aprendeu com maestria.
Oba é obsessiva, e seu instinto guerreiro sempre a faz pelejar. Porém, quando
sente que as forças acabam, volta para casa ( floresta ), recupera-se e retorna
rapidamente. A casa é o lugar da magia, da consulta a Ifá, deus da adivinhação. E é disto que falam os
cânticos acima.
Terminada a homenagem a
grande guerreira, a mesma despede-se de todos com ar imponente.
Uma pausa se faz no Ilê de Obaladô......
O toque dos atabaques
anuncia que todos devem retornar ao barracão. O ritmo do Igbin anuncia aos presentes
que Oxalá se faz presente
nas celebrações de Xangô, e
que o final da festa está para chegar.
O canto explode com um
entusiasmo muito especial. A melodia de rara beleza ecoa por todo o terreiro e
é cantada com muita emoção por todos.Os versos dirigidos ao Pai-da-criação
chega a ser quase uma súplica.
Oní sé a
àwúre a nlá jé Senhor
que faz com que tenhamos boa sorte
Oní sé a àwúre ó
bèrì omon e
com que sejamos grandes.
Oní sé a àwúre Senhor
que nos dá o encantamento da boa sorte
Anlá jé
Bàbá cumprimenta
os filhos.
Oní sé a àwúre ó
bèrì omon Pai,Senhor
que nos dá boa sorte e nos torna grande.
O Orixá do branco e da calma
está presente, lembrando a todos a importância de serem tão grandes quanto ele
nos atos, tão calmos, porém dignos e conscientes de seus direitos e obrigações.
Agora quem dança
majestoso,tranqüilo e de porte altivo é Oxaguiã,o
mais novo e guerreiro dos Orixás Funfun, empunhando uma espada evolui em passos
firmes e cadenciados. Segundo antigas lendas, ele faz parte da trilogia dos
Orixás guerreiros juntamente com Ogunjá e Iemanjá-Ogunté.
Ajagùnnòn (n)gbá
wa o !!! Ajagùnnòn Ajagunan
( guerreiro ) nos acuda nos socorra, Ajagunan
Elémòsó, Bàbá
Òssóòginyón Senhor
dos lindos ornamentos,Pai Oxaguiã
Ajagùnnòn (n)gbá
wa o !!! Ajagunan
( guerreiro ) nos acuda nos socorra.
Elémòsó ,Bàbá
olóroògùn Pai
das guerras ( guerreiro ), Senhor de Elemesó,
Ajagùnnòn (n)gbá
wa o !!! nos
acuda nos socorra.
O povo ioruba o relaciona
como um dos filhos de Odudua
que, a partir de Ifé,povoam
o mundo, e assim funda a cidade de Elejigbo,sendo
este considerado seu primeiro Obá ou Rei.
É hora da partida, as
exclamações de Exeuê babá são
pronunciadas com entusiasmo ao rei da benevolência. Todos solicitam a sua boa
vontade. Seu afeto e imprescindível, e mais do que isso, sua estima, para que
possa nos envolver com a ternura do seu abraço e a proteção de sua espada que
ampara e luta ao nosso lado.
O dia amanhece, os
primeiros raios de sol acordam a natureza. Ouvem-se os primeiros cantos dos
pássaros que também anunciam a presença de um novo dia.
À calma e tranqüilidade no Ilê de Obaladô.....
Muito bom o site!!! parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns a quem, generosamente, torna disponível o tão valoroso e sagrado trabalho realizado por José Flávio Pessoa de Barros. Asè!
Excluireu queria baixaras cantigas tem como?
ResponderExcluirda uma procurado no youtube que você irá encontrar 1000 maneiras. Sorte axé!
ExcluirVenho agradecer pelo compartilhamento com todos nós das suas pesquisas relativas a tradução e significação dos cânticos sacros.
ExcluirRealmente está de parabéns.
Muito obrigado.
Axé.
Alguem sabe quem canta?
ResponderExcluirMotumba! É fundamental citar quem realizou esse primoroso trabalho que nos foi deixado, por Amor, como herança: JOSÉ FLÁVIO PESSOA DE BARROS, autor do livro e fundador do Ilè Asè Omim. A voz feminina que evoca o responsório é de Lucinha, Yalè. Asè!
ExcluirLindo. Parabens pelo maravilhoso trabalho
ResponderExcluirMaravilhoso trabalho, esclarecedor...Muitos de nós, cantamos sem saber a tradução...
ResponderExcluirAlguém sabe dizer se essas cantigas foram gravadas por brasileiros? Se sim, quem são? Obrigado.
ResponderExcluirA autoria é de José Flávio Pessoa de Barros, quem traduziu.
ExcluirMotumba! É fundamental citar quem realizou esse primoroso trabalho que nos foi deixado, por Amor, como herança: JOSÉ FLÁVIO PESSOA DE BARROS, autor do livro e fundador do Ilè Asè Omim. A voz feminina que evoca o responsório é de Lucinha, Yalè. Asè!
Excluira terceira parte, não tem a tradução escrita?
ResponderExcluirNo trabalho não, mas dá pra achar as cantigas izoladamentes traduziadas. sorte axé
ExcluirEsse site é maravilhosooooooo, eu amo demais, aprendo muito aqui, não deixem esse site acabar.
ResponderExcluir