Mãe havia alguns moradores que invejavam o Orixá Erinlé e que conspiravam para arruinar o caçador, famoso pela caça de elefantes e de outros animais. Decidiram roubar cabras e ovelhas do rei e culpar Erinlé.
O rei intimou quem soubesse algo sobre o roubo a dizê-lo. Os conspiradores foram até o rei fazer a acusação.
Disseram que Erinlé roubava cabras e ovelhas, escondia as peles em casa e dizia que as carnes eram de animais selvagens. 0 rei intimou Erinlé, houve um julgamento e os inimigos de Erinlé testemunharam contra ele.
O rei quis ouvir a defesa de Erinlé. Houve testemunhos a favor dele. Diante do impasse, o rei ponderou que Erinlé (Inle) parecia ser de fato um grande caçador, mas teria que provar sua inocência.
Erinlé disse (Oxossi):
"Minha caça falará por mim.
Minha caça será minha testemunha".
Erinlé foi até sua casa e trouxe coisas para o rei.
Erinlé trouxe as peles dos animais selvagens que havia caçado. Presas de elefantes e de javalis, peles de gamos, veados e antílopes.
Então o rei reconheceu a inocência de Erinlé e ordenou que ninguém mais tocasse no assunto.
Erinlé foi para casa, inocentado, porém triste.
Erinlé nuncá se conformou com a acusação que sofrera, Erinlé pensava e não entendia a razão de tentarem desgraçá-lo. Não quis mais caçar nem comer com os seus
.
Em momentos de desespero fustigava o próprio corpo com a sua chibata de cavaleiro, seu bilala. Imaginava que seria acusado novamente caso acontecesse outro roubo de animais.
Erinlé perdera completamente a vontade de caçar. Então entrou na água de um rio próximo e partiu de Ijebu, onde nunca mais foi visto. E se tornou o orixá do rio. Erinlé (Odé) agora é o rio. O rio Erinlé é Erinlé, o orixá caçador que já não caça.
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