Para testar o quanto de sabedoria ele realmente tinha, como seu nome indicava, o Rei da Morte deu-lhe um bode para criar para ele, ordenando-lhe que ele trouxesse, anualmente, os filhotes que ele gerasse. Enquanto isso Orunmilá tinha pensado em comprar uma cabra para viver com o bode. Exú alertou-o que esta abordagem não seria aceitável pelo Rei da Morte. Exú disse a Orunmilá que lhe desse o bode para comer e que ele saberia o que fazer quando chegasse à hora. Quatro anos mais tarde, o Rei da Morte mandou uma mensagem ao filho de Orunmilá para que lhe trouxesse o bode e suas crias. Nesse momento, Exú pediu que lhe comprasse outro bode que ele também matou e comeu, deixando um de seus membros e a cabeça. Ele usou a para marcar pegadas no chão, simulando o movimento de uma grande quantidade de bodes. Exú também preparou cordas supostamente usadas para amarrar uma quantidade grande de bodes. Exú em seguida acompanhou Orunmilá para responder ao enigma do rei da Morte.
Chegando lá, Exú explicou que quando eles vinham vindo com as crias ao lado do bode, um grupo de bandidos armados os atacou, roubando o bode e seus filhotes. Para substanciar a história, Exú mostrou ao Rei da Morte as cordas usadas para amarrar todos os bodes. Acrescentou que eles tinham matado o bode Original e por isso lhe tinham trazido a cabeça e a pata. O Rei da Morte então se voltou para Exú dizendo que ele teria de pagar pelo bode perpetuamente. Exú por sua vez, reuniu as duzentas divindades e disse-lhes que daquela data em diante, se elas quisessem paz e prosperidade deveriam sempre lhe oferecer bodes para que ele resgatasse seu débito como Rei da Morte. Esse é o bode que todos nós pagamos a Exú até hoje. Até onde este autor pode verificar, todas as divindades conhecidas recomendam a seus seguidores oferecer, periodicamente, sacrifício de bodes a Exú.
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